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INCONTINÊNCIA URINÁRIA: O que é? Quais os tipos? Qual o tratamento?
A incontinência urinária (IU) caracteriza-se pela perda involuntária de urina.
Contrariamente ao que se pensa, a IU pode afetar qualquer pessoa, independentemente da idade, no entanto apresenta uma maior incidência na população mais idosa, em obesos e em mulheres após o parto.
A sua causa pode variar, no entanto o género é um fator com grande impacto no desenvolvimento desta patologia uma vez que 85% dos utentes com esta patologia são MULHERES.
Para melhor compreender porque ocorre a IU, o melhor será começar por entender como funciona o processo de continência urinária e micção.
CONTINÊNCIA URINÁRIA E MICÇÃO:
A capacidade de armazenar e eliminar a urina de forma controlada exige uma série complexa de mecanismos inter-relacionados que envolvem o cérebro, a bexiga, a uretra, os músculos e os nervos do pavimento pélvico.
Quando tem vontade de urinar e achar que é o momento apropriado para a micção, o cérebro envia um sinal para o músculo da bexiga (músculo detrusor) contrair, “empurrando” a urina e para o esfíncter da uretra se relaxar, permitindo que a urina passe.
Mas o músculo esfíncter da uretra não faz o trabalho todo sozinho! A uretra e a bexiga são sustentadas pelos músculos do pavimento pélvico (grupo de músculos que suporta os órgãos pélvicos e que permite a passagem/exteriorização da uretra, vagina e ânus). Estes músculos contraem-se durante um esforço físico para apoiar os esfíncteres e ajudar a prevenir as perdas de urina.
TIPOS DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA:
Existem 5 tipos de IU identificados consoante a forma e o motivo que desencadeiam essas perdas urinárias.
- Incontinência Urinária de Urgência (IUU e Bexiga Hiperativa)
Perda involuntária de urina que se associa a uma vontade urgente e incontrolável de urinar causadas por contrações involuntárias da bexiga, por vezes associadas a hiperatividade vesical (habitualmente o músculo da bexiga não se contrai até que estejamos na casa de banho, prontos para urinar).
Frequência: durante o dia, mais de 7 vezes por dia; durante a noite, mais de 1 vez por noite.
- Incontinência Urinária de Esforço (IUE)
Perda involuntária de urina que surge em situações de aumentos súbitos na pressão intra-abdominal, exercendo pressão sobre a bexiga (ex. Atividade física, espirro, tosse, levantar pesos, etc.). Esta IU está normalmente associada a hipermobilidade da uretra ou fraqueza das estruturas do pavimento pélvico, incluindo o esfíncter;
- Incontinência Urinária Mista (IUM)
Perda involuntária de urina que associa os sintomas e causas da IUE e IUU.
- Incontinência Urinária de Extravasamento/Regurgitação
Perda involuntária de urina por sobredistensão da bexiga, ou seja, quando o volume de urina acumulada dentro da bexiga é tão grande que a pressão do líquido vence a capacidade do esfíncter em evitar as perdas. Esta IU está geralmente uma obstrução urinária, provocada mais frequentemente por patologia prostática, ou perda de força dos músculos da parede da bexiga (bexiga hipotónica), provocada por patologia neurológica (Esclerose Múltipla, Diabetes, etc).
- Incontinência Urinária Funcional
Este tipo de incontinência ocorre devido a incapacidades do doente, por mobilidade limitada ou doença neurológica (demência ou Parkinson, p. ex.), sem comprometimento da Bexiga ou do Pavimento Pélvico.
EXISTEM FACTORES QUE AUMENTAM A PROBABILIDADE DE TER IU?
Existem sim.
- O envelhecimento é um fator de risco para o aparecimento de IU, porque os tecidos que sustentam os órgãos pélvicos perdem tensão e os músculos do pavimento pélvico perdem tonicidade e força;
- A obesidade também está associada a incontinência urinária e verifica-se que, por vezes, o emagrecimento reduz a sua gravidade;
- Traumas pélvicos causados por cirurgias (como a prostatectomia), por lacerações ou episiotomias durante o parto, causam lesões nos músculos do pavimento pélvico responsáveis pela continência;
- Obstipação (forçar/empurrar para defecar aumenta a pressão e longamento das estruturas do pavimento pélvico, fragilizando-o;
- Múltiplas gravidezes e Multiparidade são igualmente fatores de risco para a IU.
QUAIS OS TRATAMENTOS?
O tratamento ideal está relacionado com o tipo de incontinência.
- Na Incontinência Urinária de Esforço (IUE) o tratamento de primeira linha passa pela FISIOTERAPIA PÉLVICA. O objetivo será fortalecer as estruturas do pavimento pélvico, reeducar os músculos, melhorar a consciência corporal e equilíbrio de pressões, com ajuda de biofeedback, electroestimulação e tecarterapia.
O tratamento de segunda linha passa pela realização de cirurgia para colocação de rede suburetral. - Para tratamento da Incontinência Urinária de Urgência (IUU), a FISIOTERAPIA PÉLVICA utiliza como recurso a Neuromodulação Periférica não-invasiva, para reduzir a atividade da bexiga, dano resultados imediatos!
Estes tratamentos são muitas vezes acompanhados pela toma de fármacos que controlam a hiperatividade do músculo da bexiga, ou mesmo através da aplicação intravesical (prescrição e administração médica!). - Para o tratamento da Incontinência Urinária Mista, em consulta de FISIOTERAPIA PÉLVICA avalia-se qual o quadro sintomático predominante e que mais incomoda o utente, para selecionar qual a intervenção ideal para o caso.
- Na Incontinência Urinária de Regurgitação, o tratamento passa em grande parte pela remoção do obstáculo (ato médico).
“É muito comum que quem sofre de IU sinta alguma dificuldade em admiti-lo, atrasando o acesso ao tratamento mais adequado.
Mas é importante sublinhar que, na maior parte dos casos, a IU é uma doença curável e de fácil tratamento, em especial quando detetada numa fase inicial. Por isso, se suspeita que pode sofrer de incontinência urinária, agende a sua consulta com a nossa equipa de Fisioterapia Pélvica!”
Se gostava de saber mais sobre Incontinência Urinária Feminina, veja este artigo!
Veja também o artigo sobre Incontinência Urinária Masculina.
Elisa Quintela (OF 9813)
Fisioterapeuta Mestre em Fisioterapia Dermatofuncional com formação especifica em Pós-operatório de Cirurgia Plástica