Até que o tecido cicatricial adquira um aspeto muito semelhante ao que tinha anteriormente à lesão cirúrgica, ele passa por diversas fases do processo de cicatrização.

Nos primeiros 4 dias, toda a área intervencionada está em fase inflamatória, apresenta edema (“inchaço”), está mais quente e dolorosa. Os bordos da ferida cirúrgica são mantidos próximos com o apoio de suturas (“pontos”), cola cirúrgica, steristrips ou micropore (adesivos), e a sua fina crosta, na verdade ainda não é uma crosta, mas sim sangue coagulado.

A partir do 8º dia já existe novo colagénio, por isso os tecidos já são mais resistentes e a ferida cirúrgica já tem uma crosta bem formada, sendo possível tirar os seus pontos. No caso dos adesivos, eles poderão manter-se mais tempo, até aproximadamente 15 dias. A cola cirúrgica poderá começar a ser retirada a partir do 20º dia de pós-operatório.

Quando toda a cicatriz se encontra sem crostas, por volta do 20º dia, ela ainda apresenta um aspeto rosado, como na imagem 1. Cada organismo é diferente, por isso o tempo do processo de cicatrização é variável. Nesta fase, recomendo que aplique os cremes sem friccionar vigorosamente a pele. (Poderá ter mais informação sobre os cremes no post sobre cremes partilhado nas redes sociais). 

Com o passar do tempo e com a ajuda dos tratamentos mais indicados, a cicatriz vai normalizando o seu tom, esbranquiçando. A isto se chama “cicatriz normotrófica”, como na imagem 4.

Caso a cicatriz persista com um tom rosado e comece a apresentar um relevo, podemos estar perante uma cicatriz hipertrófica (imagem 2). Devemos intervir de imediato para reduzir o processo inflamatório e proliferativo, para garantir os resultados estéticos da cicatriz.
O relevo encontra-se unicamente na linha de incisão e indica que temos de reduzir as tensões no tecido cicatricial, com terapia manual e cremes específicos, de forma a controlar a formação exacerbada de novo colagénio, que torna a cicatriz mais volumosa, densa e rígida.
Quando a cicatriz hipertrófica é identificada e tratada precocemente, ela regride.

A cicatriz quelóide é muitas vezes confundida com a cicatriz hipertrófica, numa fase inicial. Mas ao contrário da hipertrófica, o volume da cicatriz quelóide ultrapassa os bordos cirúrgicos e não regride, como demonstrado na imagem 3.
O tratamento conservador da cicatriz quelóide pode não ser eficaz, por isso opta-se pela aplicação intralesional de corticóides. Caso o tratamento não seja eficaz, recorre-se à cirurgia.


A Fisioterapia Dermatofuncional especializada em pós-operatório apresenta diversos tratamentos que irão facilitar o seu processo de cicatrização e contribuir para os melhores resultados estéticos da sua cicatriz cirúrgica, mesmo que ela não seja recente ou já seja hipertrófica. 

 

Elisa Quintela (OF 9813)
Fisioterapeuta Mestre em Fisioterapia Dermatofuncional com formação especifica em Pós-operatório de Cirurgia Plástica


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